Este mês, a Bibliorodo apresenta como Autor do Mês, a poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen.

Estou com mais atenção às coisas visíveis, às coisas concretas. Quando escrevo uma história começo-me a lembrar de sítios, de lugares, de casas, de caras, de coisas que aconteceram. Não construo teorias, não invento, vejo, lembro-me do que vi e do que vivi.

(in, Entrevista ao JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias, 5 a 11 de Fevereiro, 1985)

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de novembro 1919 no Porto, onde passou a infância. Em 1939-1940 estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Publicou os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia. Na sequência do seu casamento com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, em 1946, passou a viver em Lisboa. Foi mãe de cinco filhos, para quem começou a escrever contos infantis. Além da literatura infantil, Sophia escreveu também contos, artigos, ensaios e teatro. Traduziu Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, alguns poetas portugueses.

A sua obra está traduzida em várias línguas e foi várias vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o Prémio Camões 1999, o Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana – a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão. Com uma linguagem poética quase transparente e íntima, ao mesmo tempo ancorada nos antigos mitos clássicos, Sophia evoca nos seus versos os objetos, as coisas, os seres, os tempos, os mares, os dias.
Faleceu a 2 de julho de 2004, em Lisboa. Dez anos depois, em 2014, foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional.

Na data em que se celebrou o seu centenário, 6 de novembro de 2019, é-lhe concedido o grau de Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.

 

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